SESC SANTO ANDRÉ APRESENTA: Memórias do Samba Paulista relembra sucessos e trajetórias do samba de São Paulo


Memórias do Samba Paulista relembra sucessos e trajetórias do samba de São Paulo

Projeto realizado pelo Sesc Santo André apresenta grandes nomes do samba de diferentes gerações para shows e bate-papos na unidade

 


A cultura do café, enraizada no interior paulista, inflou a economia brasileira na segunda metade do século XIX. Em Santana de Parnaíba e cidades do entorno, por exemplo, a economia cafeeira transformou a realidade de muitos habitantes do município e de outras localidades; entre eles, os negros que foram levados e escravizados nas fazendas. O tráfico de pessoas e o aumento da oferta de mão-de-obra, legitimada pelo estado escravocrata, foram responsáveis por tornar o Brasil um dos maiores exportadores mundiais de café.  Mas o protagonismo oculto dos negros do interior de São Paulo não se limita apenas ao crescimento da economia do país. Foram eles que, mesclando costumes, manifestações culturais singulares, e resistindo à escravidão, deram origem a um dos símbolos internacionais da música brasileira: o samba paulista.


Ao contrário da comum associação, o samba paulista não é derivado do samba carioca; este originado das camadas populares que ocupavam os morros do Rio de Janeiro. Em São Paulo, o samba nasceu da cultura caipira e rural, fluindo de ritmos como Tambu, Batuque de Umbigada, Samba de Bumbo, entre outros.  Com o declínio da cultura do café, muitos habitantes do interior paulista migraram para o centro urbano de São Paulo no final do século XIX. A urbanização metropolitana, a construção de prédios e novas moradias expulsaram os cortiços - em sua maioria, ocupados por negros - do centro da cidade. Era o fim das “malocas”, um “causo” retratado por Adoniran Barbosa em seu memorável samba, Saudosa Maloca, em 1951.


Para evocar estas e outras memórias, o Sesc Santo André realiza em setembro o projeto Memórias do Samba Paulista, que traz para a unidade shows e bate-papos com sambistas de diferentes gerações. Em três encontros mediados pelo radialista e pesquisador Moisés da Rocha, o projeto busca trazer ao público histórias e trajetórias do samba nas vozes de sambistas consagrados.



Entre canções e histórias, Moisés da Rocha revive com os convidados os momentos marcantes do samba paulista, intercalando as conversas com músicas interpretadas ao vivo pelos artistas. O primeiro encontro acontece dia 7 de setembro, sexta-feira, e convida a compositora Eliana de Lima e o sambista Germano Mathias para relembrar sucessos da carreira. No dia 14, Moisés da Rocha recebe Thobias da Vai-Vai e Osvaldinho da Cuíca. Dia 21 é a vez de Fabiana Cozza e Carlão do Peruche subirem ao palco do Sesc Santo André para cantarem grandes sambas e compartilhar com o público histórias e memórias do samba paulista.

 

Memórias do Samba Paulista – Sesc Santo André
De 7 a 21/9, sextas-feiras, às 20h.
Ingressos nos valores de R$20,00 (inteira), R$10,00 (meia-entrada) e R$ 6,00 (trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e seus dependentes com Credencial Plena).
No Teatro. Recomendação etária: 12 anos.

Dia 7/9 - 20h

Eliana de Lima, Germano Mathias e Moisés da Rocha.


Dia 14/9 - 20h

Fabiana Cozza, Carlão do Peruche e Moisés da Rocha.


Dia 21/9 - 20h

Thobias da Vai-Vai, Osvaldinho da Cuíca e Moisés da Rocha.

 

Sobre Moisés da Rocha

Marco da popularização do samba nas emissoras de rádios com o programa O Samba Pede Passagem, Moisés da Rocha começou a se envolver com samba nos primeiros anos de vida. Nasceu em Ourinhos, interior de São Paulo, e foi criado em uma família que soube o preparar “para os embates da vida, com respeito e dignidade”, como o próprio radialista diz. Foi na infância, ouvindo rádio e em companhia dos pais nas festas populares da cidade, onde iniciou a sua relação de carinho com o samba. O jovem, que sonhava em seguir carreira de cantor profissional, teve o desejo alterado em 1967, há 50 anos, quando Domingos De Lello o convidou para fazer teste de locutor na Rádio Cometa, em São Paulo. Daí em diante, ele se tornou radialista, passando por quase todas as funções da área, como a de programador musical, posição que o permitiu conhecer mais sobre o universo do samba. Com o programa O Samba Pede Passagem, foi premiado pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte e é reconhecido pela preservação das raízes culturais afro-brasileiras no mundo da música.


Sobre Eliana de Lima

Eliana de Lima começou sua carreira como puxadora de samba-enredo de escolas de samba do carnaval paulistano. Seu primeiro contato com uma escola de samba se deu em 1979, quando passou a frequentar a quadra da Cabeções de Vila Prudente. Apesar ser reconhecida como boa cantora, por ser mulher não foi aceita como puxadora imediatamente, tendo começado a cantar nos desfiles em 1980, quando defendeu o samba enredo "Cultura, divindade e tradições de um povo" para a Escola de Samba Príncipe Negro. Sua primeira gravação foi feita nesse mesmo ano no disco com os sambas enredos das escolas de samba de São Paulo, tendo depois disso cantado em desfiles para quase todas as principais escolas de samba de São Paulo, como a Mocidade Alegre, Unidos do Peruche, Nenê da Vila Matilde, Rosas de Ouro e Leandro de Itaquera, entre outras. Gravou o primeiro disco, Fogueira de Não se Apagar, em 1987. Em 1988 defendeu para a Unidos do Peruche ao lado de Jamelão o samba enredo Filhos da Mãe Preta. Se tornou conhecida nacionalmente em 1991, quando gravou no seu disco Fala de amor a música Desejo de amar, que fez imenso sucesso, ultrapassando a marca de 1 milhão de cópias. Eliana de Lima recebeu diversos prêmios, como o Troféi Imprensa, Prêmio Sharp, Troféu SBT, entre outros. Gravou até agora 11 discos, totalizando mais de 2 milhões de discos vendidos em todo o Brasil.


Sobre Germano Mathias

Sambista nascido no bairro da Barra Funda, Germano Mathias foi contratado pela Rádio Tupi em 1955, depois de se apresentar em um programa de calouros da emissora cantando um samba. No ano seguinte, lançou seu primeiro disco, com a música Minha Nega na Janela. Em 1957 saiu seu primeiro LP, Germano Matias, o Sambista Diferente, título que se devia à sua maneira diferente de interpretar sambas e ao acompanhamento percussivo feito por tampa de lata. Germano também é conhecido por interpretar vários sambas de Zé Ketti. Fã de Germano, Gilberto Gil gravou em 1978 o álbum Antologia do Samba-Choro, que traz também algumas gravações originais do sambista nascido na Rua Santa Rita, no bairro paulistano do Pari. A maioria de seus discos saiu nas décadas de 1950 e 1960, quando foi consagrado como um dos grandes nomes do samba paulista.


Sobre Thobias da Vai-Vai

Thobias nasceu para emocionar e divertir seu público. Considerado um dos maiores intérpretes do samba por muitos especialistas, Thobias, com uma voz de timbre especial, interpreta e emociona a todos por onde passa. Possui diversos prêmios como intérprete, e viajou por diversas partes do mundo levando o samba e toda a sua brasilidade, como um “discípulo de Osvaldo Sargentelli”, forma carinhosa como se apresenta o próprio artista, que foi com quem conviveu e aprendeu os primeiros passos sobre o mundo do samba. Em 2006, Thobias participou dos filmes Antônia e O Cheiro do Ralo. É também um dos fundadores da Afrobrás – Sociedade Afro-brasileira de Desenvolvimento Sociocultural, a mantenedora da UniPalmares - Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares, da qual é Presidente de Honra. Em seus 30 anos de carreira, gravou 8 discos solo, e desde 1983 participa como intérprete de escola samba. Iniciando sua carreira no bloco Gaviões da Fiel, e logo em seguida passou a ser o intérprete principal da escola de samba Vai-Vai, sendo premiado junto à escola 9 das 14 vezes que ela foi campeã. Presidiu a agremiação de 2006 a início de 2010.

 

Sobre Osvaldinho da Cuíca

Paulistano do Bom Retiro, Osvaldo Barro, o Osvaldinho da Cuíca, é considerado um dos maiores representantes do samba paulista. Atuou em programas de rádio, televisão, gravações, shows e festivais, tocando com grandes artistas brasileiros, como: Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Adoniran Barbosa, Geraldo Filme, Germano Mathias, Ismael Silva, Nelson Cavaquinho, Cartola, Zé Keti, Nelson Sargento, Elton Medeiros, Clementina de Jesus, entre outros. Seu reconhecido trabalho como instrumentista e o empenho no resgate, preservação e difusão do samba, repercutiu na conquista do importante título de "Embaixador Nato do Samba Paulista", concedido pela União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP). Fundou a Ala de Compositores da Escola de Samba Vai-Vai em 1975, que ganhou a primeira estrela com o samba de sua autoria, Na Arca de Noel quem entrou não saiu mais, ganhando o primeiro carnaval da escola em 1978. O bi-campeonato em 1982 da Vai-Vai também foi de Osvaldinho com o seu samba Orum Ayê o eterno amanhecer e por fim o tri-campeonato em 1988 com o samba Amado Jorge a História de uma Raça brasileira. Foi responsável por Introduzir na bateria da escola as alas de Cuíca e de Frigideira. O mestre Osvaldinho também participou da fundação de outras escolas, entre elas a Gaviões da Fiel (1974) e a Acadêmicos do Tucuruvi (1976).

Sobre Fabiana Cozza

Com cinco álbuns gravados, dois DVDs lançados e a experiência de cantar ao lado de nomes como Elza Soares, João Bosco, Leci Brandão, Dona Ivone Lara, Emicida, Rappin Hood e muitos outros, a paulistana Fabiana Cozza chega aos 18 anos de carreira como uma das mais importantes intérpretes da música brasileira contemporânea. Além da música, que a consagrou e concedeu o prêmio de Melhor Cantora de Samba na 23º edição do Prêmio da Música Brasileira, sua carreira se estende ao teatro e a dança, nos quais ela aprimorou sua expressão cênica e interpretação. No exterior, tem recebido convites de grandes personalidades do jazz internacional, como o saxofonista japonês Sadao Watanabe, e se apresentado em diferentes países e festivais ao redor do mundo. Sucesso de crítica e público, Cozza chega ao quinto álbum aclamada por ninguém menos que Maria Bethânia, que reconhece em sua voz e trabalho, nuances e sonoridades que, quem ainda não conhece, precisa conhecer.


Sobre Carlão do Peruche

A história do Sr. Carlão do Peruche se confunde com a história do samba paulista. Nasceu em 1930 na rua Pirineus, entre a Santa Cecília, os Campos Elíseos e a Barra Funda, regiões fundamentais para a formação do samba na capital. É integrante da mítica Lavapés, a mais antiga escola de samba paulistana ainda desfilando no carnaval paulista. Quando adolescente, participou com outros amigos da fundação da Escola de Samba Unidos do Peruche, no bairro da Casa Verde. É conhecedor das origens do samba paulista, das tradições de Pirapora do Bom Jesus, do encontro com o jongo e o congado. Sr. Carlão é Cidadão do Samba e Embaixador do Samba de São Paulo, participou do processo de oficialização do carnaval de rua no final da década de 1960, além de integrar a Velha Guarda da Unidos do Peruche. É um dos mais destacados nomes do samba paulistano, ritmista, partideiro, compositor, intérprete, líder e possuidor de uma das mais claras visões sobre o samba feito em São Paulo.

 

 

 

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 Memória do Samba Paulista -  crédito divulgação

 

 

Categoria:Noticias de samba e pagode

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